Foi revendo os conceitos de relacionamento entre pessoas
(não digo somente entre homem e mulher) que cheguei nesse pensamento óbvio:
como é difícil se conciliar com a gente mesmo. E se assim é, imagine então que
situação quase insuportável seria se conciliar com outro alguém. Só não é
insuportável por completo quando esse outro alguém é importante no dia a dia da
vida da gente. Ai você assiste aquela cena que te deixa chateada, mas não
comenta. Ou comenta. Ai chega a conclusão que o outro alguém não pensa como
você, ou simplesmente não entende nada do que você quis dizer. Ai você se
irrita, não compreende e prefere dar as costas. O outro alguém, por outro lado,
se irrita ainda mais. Razão por razão, cada um tem a sua. Ai a bagunça tá
feita, foi cada um pra um lado. Não antes de dizer umas poucas e boas e magoar,
na maioria das vezes. Mágoa essa que passa, mas que não deixa de ferir. Hoje,
conversando com um amigo no vôo de Belém até o Rio de Janeiro, entendi um pouco
o motivo da inconciliação: falha na comunicação. Quanta inconstância. Cada um
de nós passou a vida aprendendo o que é certo, o que é errado, o que se deve ou
não fazer. Mas nas entrelinhas, cada um cria o seu modo de agir, de se
comportar, de achar ou não aquele tipo de situação normal e suportável. Cada
um, do seu modo. Quando duas pessoas se cruzam e iniciam um jogo de convivência
é que as entrelinhas são divulgadas. Um jogo que se inicia. É colocado no
tabuleiro os sentimentos mais complexos do ser humano: a paciência, a raiva, a
impulsividade, o amor. Difícil é agir de forma sensata diante de todos esses
sentimentos quando estão em jogo. Difícil, mas dá pra aprender. Acredito eu que, até o fim da minha vida, não vou ter
aprendido toda forma certa de agir diante de qualquer inconciliação. Afinal, o
que é certo? Não existe o certo pra todo mundo. Cada um tem a sua razão e age
diante da sua certeza. É por esse motivo que o jogo nunca acaba. O que acaba é
a paciência pra lidar com pessoas tão diferentes de você. Acaba a razão. Jogo
esse que foi feito pra acabar com a paixão, com o amor. Acaba porque ninguém
quer jogar até o final. Prefere deixar os dados na mesa reiniciar um outro jogo
mais fácil, quem sabe. Porque tentar se encaixar no outro é mais difícil e
desistir dá menos trabalho diante de tanta inconstância. Virar as costas e se
orgulhar da sua própria razão não funciona nesse caso. Querer uma explicação do
inexplicável, também não adianta. Temos que esquecer tudo que criamos nas
entrelinhas e nos (re)moldar. Não é fácil, não é simples, mas dá pra fazer.
Você eu não sei, mas eu quero jogar esse jogo quantas vezes forem necessárias,
até o final. Pelo menos até o adversário resolver desistir. Não tô aqui pra
ganhar do adversário. Tô aqui pra chegar com ele até o fim.
Por Natália Arantes
Muito Bom ! é isso mesmo, flexibilidade !!!
ResponderExcluirparece até que certas palavras, são ditas na hr certa no momento certo, é isso sim, é facil dar as costas e desitir mas a vitória ao lado é bem melhorrrr
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