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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O Prazer da Paz Interior

Conversando muitas vezes com uma das minhas melhores amigas, notava que ela sempre dizia: queria ser como você. Ai eu me perguntava: ser como? Ela me intitula como uma mulher forte, decidida e impulsiva, e na maioria dos casos, sem sentimento de culpa alguma. Parei pra pensar que eu poderia estar me tornando um monstrinho, por não ter um pouco de sensibilidade. Ta aí, acho que me falta sensibilidade diante de algumas situações na minha vida. Acho que é excesso de racionalidade. Isso não quer dizer que não tenho coração, aliás, tenho demais. Sou muito apaixonada quando quero e carinhosa ao extremo. Mas quando alguma coisa mexe com meu estado de espirito, minha paz interior e meu bom humor eu já dou um jeito de alguma forma. Aí que a minha racionalidade excessiva entra em cena. Sou do tipo que não troco minha paz interior por nada nesse mundo: nem por amor, nem por paixão, nem por dinheiro nenhum. A gente nasceu sozinho, vai morrer sozinho, e pra ser feliz você só precisa de você e mais nada. Essa história de que você é feliz por que tem isso, ou porque tem aquela pessoa, é mentira. Primeiro porque ninguém merece estar responsável pela felicidade de outro alguém  imagina que caos seria. E outra que isso é só um passo para o abismo da decepção. Pessoas se decepcionam porque deixam se decepcionar. Esse negócio de "eu nunca esperava isso" é invenção. Sabia sim! Só que a cabeça racional não funcionava  quando a sua felicidade dependia de outra pessoa. Deixa disso. Amores vem, amores vão. Não se ama só uma vez na vida. Isso é ladainha. Você amou o José, que foi seu primeiro namorado. Amou o João, que conheceu na sua viagem no exterior. E ama o Jorge, que hoje é seu marido. E vai poder amar quantas vezes mais forem necessárias pra seguir uma vida inteira. Ama uma, duas, três vezes, ou mais. Você ama a sua felicidade e o que te faz bem. Assim como felicidade, amores também são passageiros. Agora sua paz interior não pode ser passageira. Mantenha ela intacta dentro de você, mesmo que pra isso seja necessário abrir mão de muitos amores. O amor que é seu hoje, pode ser de outro amanha. Mas a sua paz, é só sua, e não vai ser de mais ninguém.

Por Natália Arantes

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

E se todo mundo pensasse e agisse igual?

Foi revendo os conceitos de relacionamento entre pessoas (não digo somente entre homem e mulher) que cheguei nesse pensamento óbvio: como é difícil se conciliar com a gente mesmo. E se assim é, imagine então que situação quase insuportável seria se conciliar com outro alguém. Só não é insuportável por completo quando esse outro alguém é importante no dia a dia da vida da gente. Ai você assiste aquela cena que te deixa chateada, mas não comenta. Ou comenta. Ai chega a conclusão que o outro alguém não pensa como você, ou simplesmente não entende nada do que você quis dizer. Ai você se irrita, não compreende e prefere dar as costas. O outro alguém, por outro lado, se irrita ainda mais. Razão por razão, cada um tem a sua. Ai a bagunça tá feita, foi cada um pra um lado. Não antes de dizer umas poucas e boas e magoar, na maioria das vezes. Mágoa essa que passa, mas que não deixa de ferir. Hoje, conversando com um amigo no vôo de Belém até o Rio de Janeiro, entendi um pouco o motivo da inconciliação: falha na comunicação. Quanta inconstância. Cada um de nós passou a vida aprendendo o que é certo, o que é errado, o que se deve ou não fazer. Mas nas entrelinhas, cada um cria o seu modo de agir, de se comportar, de achar ou não aquele tipo de situação normal e suportável. Cada um, do seu modo. Quando duas pessoas se cruzam e iniciam um jogo de convivência é que as entrelinhas são divulgadas. Um jogo que se inicia. É colocado no tabuleiro os sentimentos mais complexos do ser humano: a paciência, a raiva, a impulsividade, o amor. Difícil é agir de forma sensata diante de todos esses sentimentos quando estão em jogo. Difícil, mas dá pra aprender. Acredito eu que, até o fim da minha vida, não vou ter aprendido toda forma certa de agir diante de qualquer inconciliação. Afinal, o que é certo? Não existe o certo pra todo mundo. Cada um tem a sua razão e age diante da sua certeza. É por esse motivo que o jogo nunca acaba. O que acaba é a paciência pra lidar com pessoas tão diferentes de você. Acaba a razão. Jogo esse que foi feito pra acabar com a paixão, com o amor. Acaba porque ninguém quer jogar até o final. Prefere deixar os dados na mesa reiniciar um outro jogo mais fácil, quem sabe. Porque tentar se encaixar no outro é mais difícil e desistir dá menos trabalho diante de tanta inconstância.  Virar as costas e se orgulhar da sua própria razão não funciona nesse caso. Querer uma explicação do inexplicável, também não adianta. Temos que esquecer tudo que criamos nas entrelinhas e nos (re)moldar. Não é fácil, não é simples, mas dá pra fazer. Você eu não sei, mas eu quero jogar esse jogo quantas vezes forem necessárias, até o final. Pelo menos até o adversário resolver desistir. Não tô aqui pra ganhar do adversário. Tô aqui pra chegar com ele até o fim.

Por Natália Arantes

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"Melhores Amigos"

O dia de hoje foi criado por comerciantes paulistas um dia antes do dia do santo casamenteiro. Faz sentido. Hoje é dia dos namorados que namoram, que ficam, que são casados, dos amantes e das amizades coloridas.  Li num site de enciclopédia que namoro é a concretização do sentimental, e comecei a imaginar o que seria o sentimental: Amor? Carinho? Respeito? Paixão? Lealdade? Fidelidade? Acho que essas 'categorias' podem juntas definir essa analogia. Mas nem todo namoro tem esse pacote completo do 'sentimental'. Existem casais que se amam, mas que não são apaixonados. Existem casais que são apaixonados, mas não são fiéis. O pacote incompleto eu particularmente não definiria como 'namoro', talvez como 'relação'.  Relação é afinidade, simpatia, intimidade. Namoro é mais...  é troca de confidência, é admiração, é química. Namoro é ciúme, é discutir a relação, é briga pela internet e reconciliação por ela também. Namoro é mensagem inesperada de madrugada, é porta retrato ilustrado. É se apaixonar e conquistar diariamente. Não é facil, mas é gostoso ter com quem contar, e com quem brigar e fazer as pazes, na mesma hora. Quero desejar feliz dia para os casais sentimentais que obtém o 'pacote completo'. Feliz dia para aqueles que lutam para conquistar diariamente um casamento. Feliz dia para os veteranos e os novatos do mundo do amor. Feliz dia dos namorados para aqueles que não parecem que são namorados, mas são. Porque melhor que namorados são aqueles que conseguem ser melhores amigos.

Por Natália Arantes

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A Fraqueza do "Forte"

É tão engraçado lembrar da nossa personalidade no auge da adolescência. É certo que algumas pessoas permanecem até o fim com umas características porque são irredutíveis mesmo. Eu sou do tipo completamente redutível, se alguma coisa me aflige , me faz sentir mal por algum motivo, eu repenso as atitudes e imediatamente faço o que acho melhor pra mim mesma. Vou dar um exemplo claro de fraqueza: o orgulho. Se voce não é adolescente e é uma pessoa orgulhosa, sinto dizer: voce é uma pessoa fraca. Por tempo pensei que fosse uma pessoa forte o suficiente porque queria mostrar aos outros que não me importava muito com algumas situações, quando no fundo o que eu mais queria era ligar pra aquela amiga e pedir desculpas. Dar um abraço no meu irmão e dizer que errei. Mas não, o orgulho me fazia pensar que ser forte era ignorar toda essa humildade a ponto de magoar não somente a mim, mas aos outros.  É como querer transmitir uma certa indiferença, uma fortaleza, quando na verdade eu estava transmitindo soberba e arrogância. E desde quando isso é bom? Tive que magoar muita gente pra finalmente enxergar e sentir o mal que o orgulho trás.  Hoje nada me impede de querer fazer o que eu quero sem me preocupar com nada. Se errei peço desculpas. Se quero ligar pra dizer que to com saudade, pouco me importo. Dou o abraço que tenho que dar e peco perdão se necessário. Afinal, pedir ou conceder o perdão não nos exige nada que não podemos agüentar. O orgulho mata pessoas e sentimentos.  Dá logo aquele abraço que você tanto quer mas que não tem "coragem". Peca desculpas, ou perdão, o que for necessário. Situações mal resolvidas afetam outras áreas da  nossa vida, e ela é boa e curta demais pra perder tempo. Seja forte sendo sensível e humilde. Orgulho é coisa de gente fraca. 

Por Natalia Arantes

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Pele

Pele é um bicho engraçado . Essa frase eu li num texto do grande Arnando Jabour onde ele fala de química , amor, paixão e desapego. Acho fantástico esses quatro ingredientes juntos num texto só, mas lendo optei por falar da química , pelo menos agora. Afinal tem tudo a ver com a frase que iniciei. Pele é bicho tão engraçado que te faz pensar que o que parecia improvável tem toda chance de acontecer. Tanta chance que é o que mais anda acontecendo por aí. Você conhece aquela garota linda, corpo escultural, pele incrível. Ela ate te encanta no primeiro encontro, mas só a beleza dela não é suficiente pra sustentar um segundo, terceiro encontro , muito menos uma paixão. Você conhece aquele rapaz, de boa família,  paquera por meses, e quando tem a chance de conhecer ele não sabe falar de outra coisa que não seja festa e não sabe levar na mão outra coisa que não seja uma lata de cerveja. Não há quem suporte uma companhia dessas por muito tempo. Não uma boa mulher .No trabalho ,você  vive rodeada de tarefas que nem percebe que o grande homem pode estar li, no meio daquela papelada, atrás de algum balcão que por algum motivo não te chamou atenção. Ah mas quando a pele é forte alguma coisa há de chamar essa atenção. É preciso um olhar, uma palavra. Sei lá, alguma coisa que desperte o interesse. Os maiores romances nascem das mais improváveis situações. Pode pensar aí como foi conhecer a grande paixão da sua vida. Você esta lá , numa festa, rodeada de amigos do trabalho, e de repente aquele cara que vive atras das papeladas  te chamou a atenção. Mas aí você pensa " Não, imagina. Não tem nada a ver. Ele nunca olhou pra mim, e olhando assim ele não tem nada a ver comigo".E vai mais um drink pra tentar entender porque esse interesse repentino. E a coragem?Se for burrada, a culpa foi da bebida. Mas pele é tão forte que você beija esse cara sem notar como. Quando viu já foi. Aí pronto , ta feito. Se o beijo combinar já é cinqüenta  porcento do caminho andado. Se o papo for bom você ganha aí mais vinte porcento da chance de dar certo. Vocês riem juntos o tempo todo? Pronto, ta começando a preocupar. Aí é só mais um passo pra nascer mais uma grande paixão . Nascer daquele jardim que você nunca depositou um pensamento e confiança. Se a química é boa, resta cultivar o jardim do improvável para que a paixão permaneça mais que o amor. Porque amor é carinho e dedicação. Mas paixão, ah... Paixão é química, é pele. Chega ser desorientador. Só que faz bem. Mais importante que cultivar o carinho, é necessário ter a química pra erguer uma relação. Os maiores amores acabam não por falta de amor, mas por falta da paixão. O sentimento avassalador, quente , de pele. Do improvável sempre nascem as melhores histórias e melhores paixões. Cultive , regue. O jardim pode ser lindo pra sempre, só vai depender de quem cuidar dele.

O Medo do Novo

O que é novo sempre intimida, amedronta, dá aquele friozinho na barriga. Mas o que é novo tem que vir para abrir caminhos. Ai você conhece pessoas novas, histórias novas, uma vida nova. As piadas velhas já não têm mais graça. O que é velho fica empoeirado numa prateleira. A gente não joga fora, mas fica ali, num cantinho, guardadinho. Vira e mexe a gente vai lá e bate a poeira, e relembra, mas volta a vida normal. A vida nova que Deus escolheu pra gente. Os amigos novos que Deus nos concede a cada dia. Pessoas que entram e saem da nossa vida, mas que sempre vai ter uma ou outra pra fazer aquela diferença danada. Ai você compreende porque foi necessário essa mudança, essa inovação. Mas passa o tempo, e o que é novo hoje um dia vai se tornar velho, e mais uma vez você vai ter que aprender a deixar de lado o que é velho  e viver mais uma vez a novidade que amedronta e intimida. Sabe aquele frio na barriga? Sempre vai dar. Um dia quem sabe a gente aprende a conviver com as mudanças que Deus prepara pra gente. Mas sentir o frio na barriga é bom porque surpreende, motiva e supera. A gente não sabe até que aconteça, mas o melhor sempre vem. Sempre!

Por Natália Arantes

domingo, 27 de maio de 2012

Otimistas são mais Felizes

Eu fico imaginando como é chato ter que aturar gente pessimista o tempo todo. Me da náuseas, enjôo. É sério. Por muito tempo convivi com pessoas assim e não me dava conta que o motivo para minha falta de otimismo era o convívio com esses tipos de pessoas. E hoje não imagino mais como é ficar do lado daquela pessoa que reclama e pensa negativo  o tempo todo. Isso porque, primeiro aprendi a ignorar certos tipos de conversas quando caíamos nesse assunto, afinal tenho grandes amigos que sofrem desse " mal" e não poderia simplesmente tira- los da minha vida.  Depois percebi que automaticamente me afastava, ate que me dei conta de que todos os " pessimistas" ficaram a km de distancia de mim. Hoje, tento compreender os motivos que os levam ao pessimismo: pode ser uma frustração, a criação que tiveram ou mesmo uma jogo de personalidade, daqueles tipos de defeitos que a gente não consegue exterminar. Mais que isso, acredito que seja falta de um força de vontade de querer estar melhor com a vIda . E retorno naquela teoria onde " pensamentos viram coisas". Quanto mais pensamentos negativos, mais coisas negativas são atraídas. E aí a pessoa não acredita o porque de tanta desordem numa vida.  E continua com esse ritual de negatividade e tudo vai dando errado. Uma vez li numa revista sobre pontos positivos das fraquezas que a gente tem, e lá estava o pessimismo. Segundo alguém que escreveu o texto ( que não foi de um ponto de vista clinico, diga-se de passagem), ser pessimista tem lá seu lado bom pois ser otimista demais pode nos tornar frustados e decepcionados. Descordo plenamente: pra mim, ser pessimista não trás beneficio algum. Tenho uma ligeira impressão  de que são pessoas pouco felizes e não realizadas. Ser otimista só nos faz atrair pra gente do que a gente quer, independente do grau de dificuldade. E essa história de nos tornar pessoas frustradas é coisa de gente que ainda não cresceu.  As melhores companhias não suportam uma pessoa negativa assim por muito tempo, vai por mim. Você não tem escolha. Seja otimista. Os otimistas são mais felizes. Por Natalia Arantes

domingo, 20 de maio de 2012

Na dúvida: DANCE

Eu sempre quis entender sobre a tristeza e o mau humor. É claro que eu sofro disso, você sofre, seus amigos sofrem. É praticamente impossível não se sentir triste ou evitar aquele mau humor que, na maioria das vezes, vem logo quando você acorda. Na realidade, entender os motivos desses dois 'companheiros' seria uma tarefa muito complexa, e talvez não chegaria a nenhuma conclusão satisfatória. O que eu queria entender mesmo é porque as pessoas não movem uma palha para afastar esses sentimentos quando eles chegam. Vejo tanta gente se afundando em depressão, vivendo um dia de extremo mau humor e não fazem o mínimo esforço para reverter à situação. Já falei aqui sobre murmuração, e repito: reclamar, ficar mais triste e carregar aquela cara emburrada pra cima e pra baixo só faz piorar. Na minha opinião, afastar essas 'coisas' ruins do nosso cotidiano é mais simples que resolver uma questão de álgebra. Digo por que descobri e hoje uso disso como minha válvula de escape. Eu, que além de jornalista e aprendiz de escritora, também tenho meu lado bailarina. E dizer que amo a dança é ser óbvia demais. Acho que a maioria das pessoas amam, sabendo ou não sabendo nada sobre dança. Quando acordo com aquele mau humor ou se por algum motivo, me sinto triste, já sei o que fazer: danço. Numa  aula de dança, nos meus ensaios, ou nem que seja na frente do meu espelho. Comigo sempre funcionou. A tristeza vai embora tão rápido que até parece que ela odeia música, ou não suporta quando meu corpo começa a se mover. Ta aí,  acho que a tristeza não gosta de música, de dança, de alegria. Porque dançar trás alegria. O mau humor desaparece e tudo que era ruim se torna bom, bonito e leve. Tudo bem, talvez você não goste tanto de dança, como eu gosto. O importante é se apegar aquilo que te dá prazer, alegria e tranquilidade. Músicas, filmes, jogos. Seja o que for. O que vale é se sentir bem, leve e recarregado. E se não encontrou isso na música, nos filmes, em jogos, vai por mim: dance!

Por Natália Arantes

terça-feira, 8 de maio de 2012

O Perigo da Murmuração

Um dia você acorda, se olha no espelho e se acha feia. Dá topada na porta, joelhada na cabeceira e começa a murmurar. Abre o guarda-roupa, experimenta 14 peças de roupas, não gosta de nenhuma, e com um roupeiro lotado de peças diz que não tem roupa pra vestir. Abre o sapateiro e escolhe o melhor sapato, mas quando calça, você percebe que não é tão 'melhor' sapato assim. Ai começa o seu dia. Abre a porta de casa, entra no carro e a gasolina acaba no caminho. Você nem tinha prestado atenção no marcador, mas era tanta murmuração e reclamação por causa da roupa que não gostou, ou por causa da joelhada na cabeceira que isso passou despercebido. Ai mais um problema: num salto 15 você anda de um lado pro outro procurando uma solução, murmurando. Por fim de uma forma você sai daquele lugar e chega ao trabalho, com a pior cara do mundo, claro. Mas como são rápidos os inconvenientes "- Que cara é essa, meu Deus?". E lá vai você contar que acordou com pé esquerdo. Tudo bem. Você conta da topada, se olha no espelho mais uma vez e vê que só piorou. Seu dia no trabalho não rende, o chefe só grita e a paciência foi pro beleléu. Tudo que você quer é que o dia acabe rápido pro dia seguinte colocar o pé direito no chão, primeiro. No final das contas, tudo deu errado e você chega em casa com aquela sensação de desgaste mental. Um desgaste psicológico. Você enjoa de você mesma e as vezes não suporta a sua própria chatice. Acontece.  O que não acontece é que você não percebeu que o seu primeiro ato do dia desencadeou seu dia inteiro. O mau humor de manhã, a topada e a joelhada fizeram com que você murmurasse o dia inteiro e atraísse pra você mesma mais desgastes, mais reclamações e murmurações. Acredite que você pode mudar o seu dia, e o dia das outras pessoas. Ninguém é obrigado a conviver com uma pessoa que reclama o tempo todo. É fisicamente comprovado- ação e reação. Então atraia o que tem de bom: alegria, paz e sorriso. Se sentir vontade de xingar quando der a topada na porta, pode xingar, mas sorria em seguida . Acabe com a murmuração. Ou ela pode acabar com você.

Quanto Exagero !

Tem uma galera ai acionando na justiça o cantor Alexandre Pires alegando que sua música 'KONG" é preconceituosa, racista, incentiva o sexo sem camisinha e a coreografia tem duplo sentido. Essa 'galera' é do movimento negro. Primeiro a música foi composta por um NEGRO, e é cantada pelo mesmo NEGRO. Segundo, o que é essa coreografia de duplo sentido? Imagina então acionar todos os clipes da Valesca, do Catra e esses adjacentes da cultura grotesca desse país? Queridos ativistas do movimento negro: acredita que tem NEGRO sendo espancado todos os dias só por ser NEGRO? Acredita que mulheres negras são violentadas e escravizadas ainda em pleno século XXI?Ah, ou vocês não sabem que todo 'negro' perto de uma favela é suspeito, só porque é negro ? Quanto exagero.
Assista ao clipe da música KONG

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Superação - Um Amor pela Vida

Hoje eu vou dormir com uma vontade de falar de amor. Aliás, é o que muito tenho feito ultimamente. Mas o amor de hoje tem um sentido diferente desse que você talvez tenha imaginado. O amor pela vida, e por querer seguir em frente. Enquanto eu assistia a última reportagem da segunda-feira, de um programa jornalístico semanal, eu pensava: tanta gente querendo se matar porque terminou um namoro, ou porque entrou numa dessas de depressão, sabe lá por qual motivo. É gente demais desvalorizando a vida e ao mesmo tempo gente demais lutando pra continuar com uma. A reportagem falava de superação, e de pessoas que tinham tudo para não ter alegria, fé e esperança. A história começa com um pianista que perdeu o movimento das mãos depois de um acidente jogando futebol. Um dos maiores pianistas do mundo, diga-se de passagem. João Carlos Martins é o nome do homem que hoje é maestro e ainda sonha em voltar tocar o seu piano, sem dificuldades e dor. O som da imagem mostrada na reportagem é abafada por gritos da platéia, mas o microfone acoplado em João capta os gemidos de dor. Dor que sente ao movimentar as mãos, mesmo que pouco, em cima do piano. Carol, ex-zagueira da seleção brasileira que perdeu as duas pernas num acidente de moto, hoje é atleta paraolímpica de natação. Crianças com má formação que necessitam de próteses para levar uma vida normal. Mas o melhor de ter assistido a tudo foi ver e perceber que no rosto de cada uma dessas pessoas ainda existe esperança, fé e alegria. Uma alegria que pouco encontramos nas pessoas sadias e aparentemente normais. Uma esperança que nunca vemos nos olhos  de quem leva uma vida completa e vital. Uma fé que quase não existe na gente. E depois de acompanhar cada detalhe eu tive uma certeza: não vou deixar que tristeza nenhuma, acontecimento nenhum, e pessoa nenhuma faça eu perder a fé na vida, a esperança em seguir em frente e a alegria de viver. Relaxar um pouco e deixar a vida nos levar onde ela queira pode ser uma boa opção. Eu espero que voê tenha asssitido alguma coisa parecida um dia, que tenha presenciado ou que pelo menos entenda o que estou querendo dizer. Espero também que adote um estilo de vida parecido com o deles:  com mais alegria, esperança e fé. Uma jovem, que teve paralisia do tórax pra baixo depois de uma inflamação na medula, me emocionou com um sorriso quando disse. "Eu vou seguir em frente. Isso aqui não vai me fazer desistir de jeito nenhum". E você, tem desistido muito fácil? Eu não. E pode acreditar, nem eles.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Mulher do Escorpião



Já sei que muita gente vai começar pensando que isso tudo é ficção, que nada disso faz sentido e qualquer coisa relacionada a signos não passa de balela. Bom, eu não acho, então vou escrever. Poderia aqui falar sobre qualquer 'bichinho' do zodíaco, mas escolhi falar do Escorpião por dois motivos: primeiro, porque é o 'bichinho' mais interessante e misterioso que já ouvi falar. Segundo, claro, porque eu sou uma mulher de escorpião, e ninguém melhor que eu para escrever sobre o tema. Por muito tempo fui leitora nata de revistinhas sobre astrologia porque me identificava. A cada linha que eu lia era surpreendida por coisas que eu vivia diariamente: meus defeitos. Ah, porque quem é de escorpião sabe do que eu estou falando. Quando alguém me pergunta uma característica, o que vem na cabeça sempre é alguma coisa negativa, do tipo: ciumenta, possessiva, mandona, vingativa. Se você é de escorpião, e discorda ,me ensine a pensar nos pontos positivos - que são muitos, diga-se de passagem- quando essa pergunta me for feita. Semanalmente eu era surpreendida por um texto que falava sobre mim. Acredite, eu não desfolhava a parte sobre "previsões para hoje".  Não acreditava nessa coisa de ter uma sorte diferente diariamente. Eu lia mesmo os que os astrólogos publicavam de modo geral, se eu era compatível com um ou outro signo do zodíaco. Eu como mulher do escorpião posso garantir: sou agitada, impaciente, detesto tédio e tudo que seja rotineiro. Sou otimista, e geralmente consigo o que quero. E quando não consigo, tento de novo, até conseguir. Na dúvida, seja otimista.  Sou fiel, apaixonada e muito romântica. Mas se me decepciono, ajo com coração de pedra, sem pena, e pior, sem sentir dor. Sou manipuladora e  inteligente também. Apesar de parecer calma, tenho uma agressividade escondida, que se aflora rapidamente, mas sou umas das pessoas mais carinhosas e portadora das amizades mais sinceras que alguém pode ter. Li que sou misteriosa, eu não sei o que é ser isso até hoje. Então tá. Li também muito sobre o sexto sentido. Pensava que isso fosse coisa de mulher mesmo, mas convivendo com muitas percebi que nem todas têm esse sentido tão aguçado como eu, de escorpião. Sou decidida, e muito bem resolvida.  Se você  conhece alguém que seja exatamente assim, pode acreditar ela é de escorpião. Ou não. Conheci uma pessoa que hoje se tornou minha amiga. Convivi e convivo até hoje com ela que também é escorpiana, mas tão diferente de mim. Tão calma, aceita tão facilmente qualquer tipo de situação, gosta do sossego e do tédio. É medrosa e pessimista, características que não fazem parte da mulher de escorpião. Tem suas qualidades, claro. Vai ver ela nasceu na data errada, ou vai ver essa gente que acha isso tudo balela tem razão.  Isso não me fez menos crente a astrologia. Pra quem não é de escorpião, estão ai segredos para que você fique preparado ao conviver com um de nós. Pra você que é do signo, e não se identifica, não tem problema, você se encontra na mesma situação que a minha amiga. E pra você que não é, não se identifica, eu e você continuamos na mesma. Se for balela, pelo menos a astrologia ensinou a me autoconhecer. Melhor que acreditar nessa ficção, é não ter medo de reconhecer, assumir e apontar os próprios defeitos.

Por Natália Arantes

domingo, 15 de abril de 2012

Mulheres e Meninos

A gente nasce.  A gente cresce. Os meninos brincam de carrinho, as meninas de boneca. A gente conhece a escola, a gente chora no primeiro dia de aula. A gente aprende o 'beabá', aprende a colorir, aprende a crescer. A gente conhece a brincadeira do 'adoleta', manda e recebe cartinhas apaixonadas. A gente cresce. Agora, as meninas se tornam jovens que fazem coraçõezinhos na última folha de caderno. Os meninos rasgam a última folha do caderno pra brincarem do 'guerra' de bolas de papel, porque continuam meninos. A gente cresce, as jovens se encantam pelos meninos, que ainda são meninos. As jovens pensam que encontraram o amor da vida delas, no auge da adolescência. Os meninos não pensam em outra coisa senão conhecer quantas jovens for necessário. As jovens conhecem (ou acham que conhecem) o amor. Os meninos perdem o pudor, ainda meninos. A gente cresce, a jovem vira mulher, alguns meninos continuam meninos. A mulher aprende que o amor é necessário, mas é possível viver sem ele, nem que seja por um tempo. Os meninos grandes conhecem o prazer, e não sabem viver ser ele. A mulher se apaixona, ama, chora, mas sabe bem como agir diante de qualquer situação dos meninos grandes. Eles curtem, gostam, aproveitam, querem sempre mais.  Os meninos gostam de contar vantagens para os amigos, gostam de levantar 'troféus' e não tem a mínima ideia do quanto isso é desnecessário para uma vida simples de amor. As mulheres querem qualidade, querem seriedade e maturidade. Mas  sabem que a maturidade, para alguns meninos, pode nunca chegar. Quando a maturidade chega se tornam homens, quando não chega, ainda meninos são.  Ai então mulher aprende a lidar com os meninos, mas não o contrário. A mulher retrocede um pouco para acompanhar a evolução precária daquele que não cresceu, ainda. Até que se apaixona, se entrega e se decepciona. Claro, são meninos. Algumas mulheres deixam a coroa cair, descem do salto, e voltam  uma casinha no jogo da maturidade e se tornam meninas. Meninas que bebem, que se descontrolam , que fumam e que não estão nem ai pra vida independente que tinha ou queriam ter. Fazem porque a demanda do mercado é essa: ou acompanha, ou fica sozinha. Acho que os meninos grandes não sabem, mas a menina de hoje foi uma mulher muito corajosa e vital ontem, mas eles a transformaram, por infelicidade deles mesmos. As mulheres que restaram, seguem sua vida, independente, mesmo sem o grande amor. Porque amor em meninos, a mulher não encontra. E se encontra, é melhor deixar passar. Meninos serão sempre meninos.

Por Natália Arantes

quarta-feira, 11 de abril de 2012

...pra poder caminhar melhor

Há tempos eu me preocupava demais em punir o mal, lutava por justiça de pessoas que não mereciam, brigava por pessoas que não valiam os meus argumentos. Defendi pessoas que não fariam e nunca fizeram o mesmo por mim. Me decepcionei, mas magoei também, sem querer. Já chorei por muita gente,gostei demais de algumas, mas amei poucas. Hoje amo os poucos que são suficiente pra mim, porque tenho a certeza que estes poucos fazem meu mundo mais colorido, minha vida melhor e meu coração alegre. Estas pessoas sabem que são amadas pelas minhas atitudes, não porque eu falo diariamente. Quem ama vê, enxerga nos olhos e sente no peito. Amor não se expressa em palavras, em poemas nem presentes. Amor é quando a pessoa tá ali, lado a lado com você, na pior situação. Na melhor também. E presente, poema ou palavra não vale isso. Amor não se cria, não cresce. Amor nasce de um momento para o outro. E só depois de (re)conhecer um sentimento tão simples e puro eu deixei de lado o rancor, a raiva e o desprezo. Hoje sei que o amor é o sentimento tão forte não por ele só, mas por poder exterminar qualquer outro sentimento negativo, que não nos acrescenta e faz mal. O amor traz a paz, trás a alegria e a serenidade. É de paz que a humanidade precisa. Mais, é de AMOR ao próximo que o mundo precisa, pra poder caminhar melhor.

 Natália Arantes

domingo, 8 de abril de 2012

Astrologia sem sentido: vai saber!

Quando eu era adolescente não me cansava de comprar aquelas revistinhas semanais de astrologia. Eu economizava no lanche da escola e na saída eu era fiel ao Seu Bento, o dono da banca de jornal que sempre guardava uma pra mim. E voltava pra casa ansiosa pra ler mais uma edição dos signos, e saber o que estava por vir segundo a astrologia. Ah, e os testes do tipo "Descubra se você beija bem", e os conselhos de " Como conquistar aquele gatinho". Eu nunca coloquei um conselho desse em prática, mas tinha a plena certeza de que funcionava. Os testes então, eram tiro e queda. Me sentia tão confiante quando via os resultados. Oh época boa onde a minha única preocupação era saber qual a cor da sorte do dia, ou quando era meu inferno astral. Hoje entendo e ainda acredito nesse complexo tema da astrologia. Para muita gente essa coisa de signo e inferno astral não passa de um assunto totalmente sem sentido. Se faz sentido ou não a única certeza que tenho é que a 'coisa' só funciona se você acreditar que existe. E quando você passa acreditar, tudo começa fazer sentido. Seja na religião ou seja na astrologia. Eu gosto de acreditar em coisas que para alguns não faz sentido, mostro a mim mesma que sou capaz de ter o que eu quero, da forma que eu quero, criando o resultado que eu quero. Hoje em dia não leio mais sobre astrologia naquelas revistinhas de 1,99. Acho que a minha adolescência foi suficiente para criar os pensamentos que tenho hoje. Aqueles testes aparentemente bobos também me ensinaram alguma coisa. E se um dia alguém me disser que isso tudo é besteira, eu vou rir e dizer: quem sabe ?


Natália Arantes

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Pessoas de SOL. Pessoas de LUA

Existem pessoas que são como o Sol: grande, e responsável por uma luz infinita, que nunca apaga. A luz que brilha de noite e de dia. Sim, a Lua só brilha porque o Sol reflete nela. Outras pessoas são como a Lua, só brilha se houver o Sol, só brilha se espalhando na luz dos outros. Enquanto tem gente lutando para brilhar, outras fazem questão de ser apenas referência.

Natália Arantes

terça-feira, 20 de março de 2012

Essa Mulher


Mulher gosta de acordar linda, penteada e com um bom rímel. Mulher gosta de beijo de bom dia, de flores inesperadas e abraços apertados. Mulher gosta de roupa, de shopping, de gloss. Mulher gosta de ser mãe, de ser mulher, de ser a melhor amiga. Mulher gosta de salto 15, de calcinha de renda, de chapinha, mesmo que não precise. Mulher carrega duas malas para uma viagem de dois dias. Mulher chora, é sensível, tem TPM e passa 9 meses numa ansiedade que só mulher sabe. Mulher é mãe, é avó, é tia, é prima. Mulher gosta de jóia, mas não dispensa uma liquidação. Gosta de sapato vermelho, de blusa vermelha, de batom vermelho. Gosta de calça jeans e regata, uma havaiana no pé. Gosta de fim de semana na praia, na montanha, no lago, mas não as levem pra acampar, mulher gosta de luxo, de ar condicionado e uma boa cama. Mulher gosta de ser chamada da linda, de princesa, de "mulher da minha vida", de gostosa. Mulher gosta de esmalte, de massagem, de um bom shampoo e condicionador. Gostam de um bom cabeleireiro que possa ser ora psicólogo, ora cabeleireiro. Mulher chora, esperneia, bate o pé. Mas engole sapo,aguenta desaforo e sabe a hora certa de 'atacar'. Mulher gosta de ser a primeira opção, em tudo. Elas são complexas e exageradas. Mulheres gostam de disputar amor como se estivessem numa guerra, e tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é. Mulher é sexo forte e tem um dia do ano só pra elas.
Perdoem esse desvio cultural das mulheres, rapazes...  Eu, se fosse homem, não dispensaria nem um minuto ao lado de uma mulher dessas.

Por Natália Arantes

terça-feira, 13 de março de 2012

Morador de Aeroporto

Era cedo, eu chegava pra mais um dia de labuta no Aeroporto Internacional do Rio. Me deparei com um sujeito estrangeiro, perdido no saguão daquele aeroropoto imenso. Na minha cabeça era só mais um passageiro procurando sua companhia aérea. No dia seguinte, chegando mais uma vez por volta das 5 da manhã, me deparei com o mesmo sujeito, ja deitado naqueles bancos de ferro desconfortáveis que todo aeroporto tem. Em volta, muitas sacolas improvisadas. Parecia mais um morador de rua dentro de um aeroporto. Não, morador de rua não, um morador de aeroporto. Depois de alguns dias, criei coragem e fui conversar com o sujeito. Isso me daria uma boa matéria para o blog da faculdade na época que estudava Jornalismo. Então aproveitei. Com um pequeno gravador, iniciei a conversa com um Olá. Muito recepetivo, começou contar sua história. Um moreno, muito alto, de nome Agustinho, era Angolano. Estava ali porque seu passaporte havia vencido a alguns anos, e esperava a legalização do documento pra seguir viagem. Durante 1 mês, um dos maiores aeroportos do Brasil serviu de casa para uma Angolano desamparado. A prefeitura havia disponibilizado um albergue, mas o sujeito queria estar por perto, então resolveu se "hospedar", de vez, no Galeão. Sem dinheiro, os funcionários do aeroporto ajudavam o homem com laches, sucos e água, diariamente. Eu, alguns dias depois, entrei pro time dos solidários. Agustinho virou amigo dos integrantes daquele lugar. Conversava, oferecia o lanche ganho para cada um de nós, nos ajudava carregando caixas, quando era necessário. Se tornou popular, era engraçado. Isso me remeteu a imagem de Tom Hanks na pele de Viktor Navorsk, que vive dias no aeroporto de Nova Iorque no filme "O Terminal". Diferente do filme, eu não sei o fim da história de Agustinho. O que sei é que ele tinha tinha sentimentos raros que a gente conseguia ver nos olhos: humildade, solidariedade e alegria. Algumas semanas depois já não trabalhava naquele lugar, e até hoje não sei o desfecho da história dele. O que sei é que encontrei nos olhos daquele Angolano um brilho na qual jamais senti antes. Se o destino dele foi um final feliz como a de Viktor no filme "O Terminal", eu não tenho ideia. Mas tenho a certeza de que aquela humildade  fez com que conhecesse, talvez, os melhores amigos que ele não poderia esquecer. Se esquecer, não tem problema. A gente não esquece dele.

Por Natália Arantes

segunda-feira, 12 de março de 2012

“Lembra quando a sua geração sonhava em mudar o mundo? Parabéns, vocês conseguiram”

Assim termina a mais conhecida das inúmeras propagandas da Greenpeace, uma ONG criada na década de 70 por americanos imigrantes, no Canadá, para tratar dos problemas ligados ao meio ambiente. Mais do que nunca a Greenpeace tem lutado contra o aquecimento global. É um tema muito saturado e chato de se ler, eu sei. Mas nunca é demais quando se quer remediar, já que prevenir passou da hora. Sem querer ser sensacionalista, essa não é minha intenção, mas parece que, quanto mais se fala no assunto, mais ele é ignorado. Estimativas revelam que a população mundial pouco tem feito, mesmo depois de tantos programas de conscientização gerados pela própria Organização. E isso tem preocupado muita gente lá de fora. Pesquisadores afirmam que a temperatura pode aumentar  4 graus até o fim do século , problemas de saúde aparecerão mais rapidamente, como a cólera, a desnutrição e até mesmo o câncer.  Foi divulgado no início de 2007 um relatório da ONU sobre o Aquecimento Global, traçando um quadro preocupante sobre o futuro do planeta caso não sejam adotadas as medidas adequadas: geleiras irão derreter, o nível dos oceanos poderá aumentar até 2 metros, e terá um alto índice de mortes por desnutrição. Esse relatório foi tão impactante, que um jornal britânico publicou reportagem sobre um grupo de lobby ligado à administração Bush. A denúncia afirma que o grupo teria pagado  a cientistas e economistas para que minimizassem o impacto do texto. A mídia faz seu papel em parte, mas no meu ponto de vista explora muito pouco o tema. Pra garantir, prefiro passar esse recado adiante: sejam racionais, fiquem atentos e faça sua parte. Se não adiantar, eu sigo contente acreditando que fiz o meu papel. Vivo na certeza de que o presente é um retrato de angústia, e o futuro próximo, uma grande dúvida. Vivemos tempos muitos estranhos.

Por Natália Arantes

sexta-feira, 9 de março de 2012

"Perdido em Movimento"

Não pude deixar essas cenas passarem. Prefiro substituir um texto por este vídeo hoje. Ele dispensa qualquer palavra dita. O título "Perdido em Movimento" é uma falácia, proposital claro. As imagens que você vai ver agora é do bailarino Guillaume Côté, canadense que ainda é músico e compositor. Saltos com gravidade zero. Uma pintura! A melhor arte que já vi.

O Futuro do Livro

Um dos medos mais recentes do mercado editorial é exatamente o que vai acontecer com o futuro do livro, especificamente, com o futuro do livro em papel.
Sem querer parecer visionária nem admiradora, respondo: Não acontecerá nada a curto prazo, nem a longo prazo.
    Pois é desde o século XVI que o livro de papel não teve sua estrutura original modificada. Se sequer não mudou a estrutura, quem dirá em acabar? Mesmo com  a inclusão da tecnologia e com grandes sites de pesquisas e enciclopédias Online , seria praticamente impossível. A história comprova que todas as vezes que uma nova tecnologia surge, ela é sentida como ameaça pelos outros meios já existentes. Foi assim com a pintura quando surgiu a fotografia. Que medo é esse? O avião não matou o navio, ônibus não matou o trem. O elevador suprimiu as escadas? Hoje elas são muitas vezes mais usadas que os próprios elevadores. E por que a cisma de pensar que o livro pode acabar? Pode ser que a questão não esteja no livro, e sim na leitura. Lê-se cada vez menos. Acredito que o assunto-problema do ‘fim do livro’ não esteja tão somente no escudo ‘tecnologia’, talvez o problema esteja na própria sociedade, ou na forma de governá-la.
    As coisas então mais simples hoje, e muito rápidas. As teclas de atalhos dos computadores de estudantes universitários que o digam. Pesquisas não são mais feitas nas salas de bibliotecas, em meio aqueles livros encardidos e cheios de poeira. A internet veio para facilitar, e digo mais, veio para retardar esse processo de aprendizado com a leitura que todos deveriam ter. Este, talvez, um dos motivos da deficiente formação das crianças neste país. Seria uma parte do problema daquelas que têm a possibilidade de acesso a esses tão ricos meios de informação. O que dizer então daqueles que não tem nada, além da vontade de aprender? Felipe Lindoso, em seu artigo sobre o assunto, resume: O BRASIL É UM PAÍS INJUSTO. Repito e assino embaixo. É visível o crescimento econômico do país no século XXI, mas a desigualdade persiste em alto nível. É uma nação que apresenta problemas em relação aos seus pobres e injustiçados brasileiros. E apresentará enquanto isso não for erradicado de uma vez por todas. Se o acesso aos livros didáticos, para aqueles mal atendidos no sistema público de educação, está impossível, o que dizer da tão luxuosa inclusão digital? Por que não ir mais calmamente com tudo isso? Por que não levar o conhecimento para cada gente desse Brasil? Talvez seja essa ganância por querer mostrar ser um país em desenvolvimento, esquecendo o resto que temos nos interiores de estados tão pobres.  Algumas ONGs existem para tomar  conta daquilo que o governo local ‘não mete a mão’. Muitas das 200 mil espalhadas no Brasil são voltadas para educação e inclusão da literatura nas comunidades mais carentes. Mas só isso não basta.
     Acredito que deveriam sim dar atenção a importância que a biblioteca pública tem. A sociedade há muito tempo não tem sido motivada a esse ritmo intelectual. E aqueles que tinham esse interesse foram beneficiados ao conforto que o mundo da internet hoje proporcionou. O real acesso aos livros deveria ser na escola, em primeiro lugar. Eu apoiaria, completamente, a inclusão da literatura e de uma biblioteca, digo ‘boa biblioteca’, em cada escola pública do país, assim se tornaria mais uma biblioteca pública, e melhor, com acesso muito mais facilitado.
    A humanidade chegou ao século XXI  com uma riqueza que nunca se viu. O mundo da tecnologia e da medicina nunca foi tão inovador nem tão cheio de promessas. Ainda assim vivemos as desigualdades sociais todos os dias. Saber o que vai se tornar um montante de papel encapados por um papelão é prever demais. Mas dizer que ele está em extinção é um palpite muito arriscado. Foi temeroso tanto quanto foi para a TV com a chegada do cinema, e nem por isso ela deixou de ser a mídia mais acessada nos dias de hoje. De certa forma, cada inovação foi entrando no seu mercado enfrentando pequenos tropeços como qualquer novo veículo – principalmente de comunicação- e o resultado final foi o espantoso crescimento do mercado cultural e do entretenimento. O que dá pra se saber é que o livro foi, e sempre será o melhor lugar para  guardar, permanentemente, conteúdos que não veremos a 200 anos adiante. Por isso tomo as finais palavras de Felipe Lindoso e acrescento: o futuro do livro no Brasil não será a sua extinção. Será o que sempre foi: livres para aqueles que poderão comprá-los; sombrio e trágico para aqueles que talvez mais precisarem do acesso, e talvez, nunca terão.

Por Natália Arantes

quinta-feira, 8 de março de 2012

Nós, Mulheres Independentes

A   gente deveria ter mais uns três ou quatro dias do ano em nossa homenagem. Já recebi tantos parabéns pelo Dia Internacional da Mulher que fico pensando: nós mulheres merecemos mais, não precisa ser todos dias, mas de vez em quando faria bem. Porque estar na nossa pele não é fácil. Antes, a mulher nascia com um dispositivo indicando que pra ser feliz, só se tiver amor. E se não tiver amor a vida não funciona. Décadas se passaram e algumas mudaram o dispositivo. Ela sabe que, se não for independente, é ai a vida não funciona. Ai essa 'mulher independente', aos olhos de muitas pessoas, deve ser aquela que nunca precise de ninguém, aquela mulher que se vira sozinha, que não chora, que não sente, que não valoriza uma boa companhia. Independência não é sinônimo de solidão, e sim de honestidade: de estar onde quer, fazer o que quer, por que quer, com quem quiser. Ela quer ser independente porque aprendeu com a avó, que naquela época se instalava muito confortavelmente como guardiã de família. Algumas eram frustadas, outras eram realizadas: vai saber? Afinal, que mulher hoje quer reproduzir a vida que a sua avó teve? Mulheres, nós tomamos o espaço que antes só a massa masculina dominava. Mulher é engenheira, é gari, é motorista de taxi, até de ônibus e caminhão. É até presidenta, vejam só.  Conseguimos chegar no status onde tudo podemos, isso está sacramentado. É dificil saber o que pode ser prioridade, e o que pode ficar em segundo plano. Tudo virou prioridade: trabalho, casa, família e filhos. Imaginem um desses quesitos em segundo plano? É mulher, o que você foi arrumar hein. Você acorda, você trabalha, você chega em casa, faz a janta e coloca a criança pra dormir, e ainda arruma um tempo pra dar uma caminhada. Ai lava a roupa, passa a camisa do marido e vai cochilar, pro dia seguinte, continuar. Tem que ser boa filha, boa mãe, boa esposa, boa avó, boa dona-de-casa, boa cozinheira, boa de cama, boa profissional. Olha quanta responsabilidade. Independência, é se virar nisso tudo. Só que essa independência afugentam muitos homens. Em uma frase, Marina Colasante diz: " Se isso for verdade, então ficarão longe de nós os competitivos,  os que sonham com mulheres submissas, os que não são muito seguros de si. Que ótima triagem." Boa sacada. Mas há quem acredite que ser um bibelô dependente tem lá suas vantagens. Eu não vejo nenhuma. Então, um brinde as mulheres independentes pois são alegres, desafiadoras, corajosas e vitais. As que não são, um brinde também. Afinal, ser um bibelô dependente de quaquer coisa deve ser mais difícil. Eu, não tenho dúvida.


Por Natália Arantes

quarta-feira, 7 de março de 2012

Acreditar no Destino não faz mal

E se nada deu certo hoje pare de reclamar e deixa o dia passar. Se perdeu o ônibus de volta pra casa, deixa estar. As coisas acontecem da forma mais certa que pode acontecer, mas você se dá conta depois. Para alguns, só depois. Ai junta os pauzinhos e dá graças a Deus por ter se livrado daquele ex namorado que você amava, mas que só te dava dor de cabeça. Sofrer por amor dói, esquecer dói, mas depois que passa, é um alívio danado. Você esquece em casa o que mais precisava , se atrasa e volta só pra pegar o bendito esquecido. E depois descobre que se seguisse em frente, teria passado pela pior experiência da sua vida. Só depois desses acontecimentos, você começa acreditar no destino. Começa achar vida nele. Acredita que, para cada passo que dá, o destino está te calçando. Você acredita em alma gêmea. Acredita em amor a primeira vista. Acredita que encontrar a mesma pessoa em dois lugares (totalmente diferentes) deixa de ser coincidência e passa ser destino. São poucos os que acreditam, mas os que crêem, tem essa fé inabalável. A melhor parte de tudo é que você passa a se conformar com os acontecimentos imprevisíveis. Já não reclama do ônibus perdido, nem de ter que voltar em casa pra pegar alguma coisa esquecida. Reclamar é chato, enjoa, e só te faz ficar ranzinza. E deixar de ser ranzinza e chato, já é um bom começo. O destino existe, mas só pra quem acredita nele. Se você não acredita em nada dessa ladainha, volte pra sua vida e tudo será mais normal como sempre foi. Mas normal pra você. Eu prefiro acreditar no destino, ser fiel a ele e me tornar uma pessoa mais compreensiva com a vida e com as surpresas que ela me trás. Porque viver reclamando da vida envelhece, entristece e aborrece.  Isso faz mal. Mas acreditar no destino, não faz mal algum, mesmo que ele não exista.

Natália Arantes

terça-feira, 6 de março de 2012

Essa tal Sociedade Hedionda



Estatísticas mostram que a probabilidade do pobre se tornar bandido é maior que outra pessoa qualquer. Mostram também que, aqueles que tiveram menos de 6 anos na escola têm duas vezes mais chances de estarem presos que o restante da população. Esse estudo foi colocado pelo escritor Cristovam Buarque em um artigo em 2007, e termina seu "documento" afirmando o pacifismo do pobre. (Para ler o Artigo Sociedade Hedionda clique aqui).
        É certo que a desigualdade social tem causado cada vez mais a violência, não só mais nas grandes cidades, mas seria generalizar demais dizer que todo pobre vira bandido quando não se tem nenhum propósito de vida. Vemos todos os dias Ongs que ajudam as crianças carentes a crescerem instruídas para um futuro melhor. Claro, isso não é o bastante, mas ajuda a diminuir essa probabilidade de futuro da tal ‘família miserável’.
        O que acontece hoje é o realismo de um povo que tenta a sorte em uma cidade grande,e sem grande sucesso na expectativa de uma vida melhor acabam se instalando em becos, barracos, favelas. Passam uma vida de dificuldade, e surgem dali ‘marginais’ que, em busca muitas vezes por comida dentro de casa, passam a roubar. Ou não. Ás vezes aquele menino que nasceu criado dentro do tráfico  entra no crime porque quer status ou um tênis da nike que o playboy tem. Uma vez assisti a uma reportagem, da emissora não me recordo agora. Era uma matéria sobre a vida na favela. E em entrevista a uma criança de 3 anos, o repórter pergunta:” Qual é o seu sonho?” E o pequeno embrião responde: “Ter uma AK47.” Ei, até meus 18 anos eu não sabia se isso era pra comer ou pra passar no rosto.
        Os pobres brasileiros são pacíficos e vivem esse pacifismo todos os dias. Culpa, talvez, de um método mau criado no passado sem recurso pra cura hoje em dia. E controlar a essa altura do campeonato, acho muito, muito difícil. Meus caros, vamos investir mais na segurança, nos estudos. Vai que o caminho é esse? O retrato de hoje é claro: quanto mais pobre, mais filhos, menos condições de vida. Resultado: crime. O que restou disso tudo é um conformismo absurto e inconsciente. Assistir ao Telejornal uma notícia de pedofilia, estupro ou assassinato já é rotina, não surpreende mais. E se a sociedade financia o crime, de que adiata o governo, ou seja quem for, tentar mudar? Portanto, tomo as palavras de Cristovam Buarque, e digo também "... os pobres são pacíficos, mas a pobreza é uma violência. E mais, é uma fábrica de mais violência."

Natália Arantes

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dããã

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E lendo as asneiras das redes sociais que percebi as reações que me provocam : sinto repulsa, medo e desânimo. São poucos os que  conseguem fugir e não transmitir  seu espírito de porco. Isso sempre existiu, mas com a internet isso tem ganhado uma grandeza inimaginável. Os comentários e pontos de vista que antes ficavam apenas nos grupinhos da escola, agora toma espaço internacional na internet.  Sem dizer na gramática, é de doer as vistas: "Pra mim fazer", "É mais melhor", "Meia cansada". Se fossem poucos... mas essa epidamia dos 'dãããs' é muito mais assustador . Porque não vai passar, e a cada dia surgem mais integrantes: sem noção e deseducadamente expostos. É de perder as esperanças nessa nova geração. Esses que tem um teclado e o mundo nas mãos, e o  anonimato garantido, preferem propagar a ignorância e seus pontos de vista miseráveis . É o crescimento da nova era. É de perder as esperanças num mundo mais elegante.

Natália Arantes


Corajosamente Falando

Tenha coragem. Se não tiver, compre, invente, arrume, pegue emprestado (se pegar não devolva). Só não viva sem ela. Ter medo é pra gente fraca. E fraqueza, meu amigo, não te leva a lugar nenhum.

Natália Arantes

Cinco Minutos

Foi o tempo que eu levei sentada aqui para experimentar e transmitir com papel e caneta o sentido da palavra paz. No meu ponto de vista, paz é estar bem comigo mesma, é estar bem com as pessoas, estar com meu caráter e reputação em dia com a sociedade. Paz, talvez seja também passar um fim de semana em uma casa na montanha, longe da cidade grande e do estresse que o trânsito dela provoca. Estar livre do chefe chato, do vizinho chato, dos colegas traiçoeiros do trabalho, também chatos. Eu fui mais além. E sentada sobre um toco de árvore rodeado de palmeiras, coqueiros e um rio bem silencioso eu compreendi o que seja, talvez, o mais importante significado da palavra. Por cinco minutos me desliguei do mundo. É como se eu tivesse um botão e a luz vermelha tivesse se apagado. Me desprendi de todo e qualquer pensamento, só queria bater um papo com essa natureza que me recepcionou tão bem. Ouvi cada caminhar da água que passava daquele rio próximo tão silencioso. E com uma brisa leve, ouvi cada movimento das folhas daquela palmeira. Ah, os bichos. Esses que a gente só encontra no meio do mato. Confesso que não foi fácil entender a linguagem deles, não estou tão acostumada. Mas o 'papo' rendeu, e concentrada não queria perder o sentido do 'assunto'. Senti o cheiro do mato, o cheiro do rio, o cheiro da brisa leve que passou tão rápido. Mas, pra isso tudo tive apertar o meu botão 'off', me desligar. Em questão de segundos retornei a minha vida real. O grito de uma amiga vindo do chalé me fez perder o ritmo da 'conversa' com os bichos, o aroma da palmeira, o silencioso barulho do rio. Percebei que por cinco minutos entrei em uma estado de hipnose. É como desvendar um mistério da natureza. Esse mistério me mostrou que, para encontrar a paz foi preciso me ausentar um pouco da vida agitada daqui de fora. Deixar o pensamento e a cabeça aberta. É tão fácil,  tão bom. Viajar para montanha, estar bem comigo mesma, e me livrar daquele chefe chato nos traz paz. Mas o maior ( e melhor) sentimento de paz é estar de bem com a natureza e sentir cada sensação que ela pode te mostrar. Tente encontrar isso na montanha, na casa de praia do fim de semana, ou até no parque que você sempre passa quando volta pra casa, mas  não dá a mínima. Se desligue, feche os olhos e experimenta, nem que seja por cinco minutos.

Natália Arantes

domingo, 4 de março de 2012

Ah, o tempo!

E quando menos se espera, o que te era bom pra você hoje já não importa mais. O que te fez perder o sono hoje te faz pensar que foi passageiro. E se soubesse que seria, não teria se importado tanto quanto fez. O gosto muda, a vontade muda e a prioridade vem juntamente com a maturidade que as experiências causam. A foto daquele porta retrato já foi substituida inúmeras vezes, porque passou. O verão passa, o melhor carnaval da sua vida passa. Mas o melhor ainda está por vir, e você não se dá conta disso, ainda. Até que o tempo caminha e mostra que tudo que é bom dura o tempo suficiente. Coisas boas, coisas ruins passam. Deixa passar. O tempo é o condutor dos sentimentos, da sabedoria e da capacidade de seguir em frente. Ah, o tempo!

Natália Arantes

quinta-feira, 1 de março de 2012

E viva o Rio de Janeiro!

Hoje é aniversário da cidade do Rio de Janeiro, isso já é um bom motivo pra fazer um texto. Primeiro, porque a cidade merece por sua exuberância, muito pouca, diga-se de passagem. Segundo porque é conhecida mundialmente como a "Cidade Maravilhosa", e sendo maravilhosa assim, temos que comemorar, né? Não. Em partes, quem vive na cidade e adjacências vai entender do que eu to falando. Talvez devemos comemorar a violência que assola o dia e a noite das pessoas, comemorar a hegemonia do tráfico, inclusive no asfalto. Vamos assoprar a velinha também aos responsáveis por tanta desordem do trânsito e do transporte público de péssima qualidade. Quando 'marketeamos' a cidade do Rio de Janeiro, mostramos a exuberância, os pontos turísticos, que são bons, não há quem negue. É uma maquiagem pura e simplesmente para um bom lucro do setor de turismo, que também não estão errados. A gente tem que valorizar o Brasil, né não? Valorizar pra quem quer passar umas férias, um final de semana. Caros turistas, é melhor ficarem na parte da maquiagem, porque a valorização da cidade é só pra vocês. Olhem que lisonjeante. O cidadão que mora aqui não merece tamanha valorização, imaginem. Ele ja sabe que tem que acordar de madrugada, pegar um ônibus lotado e viajar por mais de 2 horas até chegar ao trabalho. E se quer ir mais rápido, vai de metrô, mas já ta acostumado com a super lotação. O cidadão que mora na zona norte não precisa de tanta valorização, ele sabe que o papel e a lata podem ser jogadas ali na rua mesmo, todo mundo faz isso. E o lixo ali continua, a maquiagem só vale para aquela parte que os turistas mais frequentam. O papel e a lata no chão, varre depois. Da desordem, a gente já tá acostumado. Mas turistas, vocês não. Aqui tem que ser como é na fotografia: lindo, limpo e perfeito. Mas só na maquiagem. Entra ano, passa ano, e vamos continuar comemorando a hegemonia, a segurança, o transporte público, o papel e a lata jogadas na rua. Ah, também vamos comemorar a beleza da cidade na fotografia, na pintura. Talvez ano que vem entre ai mais uma ou duas categorias pra comemoração. Então, parabéns Rio de Janeiro, por cada vez mais encher o orgulho de quem vê de fora, e deixar cada vez mais enjoados quem vive dentro dessa realidade grotesca  e mal cuidada por quem deveria cuidar de você.

Natália Arantes

Um lugar ao sol

Foi assistindo ao espetáculo do Oscar nesse último fim de semana, do início ao fim, que resolvi escrever esse texto. Assistia a outras edições talvez porque torcia para aquele filme hollywoodiano da moda, ou pra ver as beldades no tapete vermelho: ora pra ver Penélope Cruz, Emma Stone ou Sandra Bullock naquele verdadeiro  desfile de luxo, ora para ver Bradd, Tom e os demais trajados em smoking da mais fina costura, mas só. Aliás, eles sempre estão os mesmos, são homens. Se vestem iguais, só chamam atenção pelo espetáculo e beleza por si só. Mas o espetáculo que me chamou atenção foi além disso. Não que não tenha notado em outras edições, ou que não me tenha dado conta disso antes. A questão que me levou a escrever esse texto é mais simples, tão simples quanto aos filmes ganhadores desse ano, e dos outros também, que passou desapercebido por mim, e ainda passa por muita gente. Os filmes que nos chamam atenção pelo marketing, pelo espetáculo ou pela fama merecem ser reconhecidos. Não foi a toa que Transformers e Harry Potter ganharam a estatueta na categoria de melhores efeitos visuais. Mas é só. Os filmes são ótimos, a história é bacana sim, mas existem filmes tão mais simples e com histórias tão mais puras e significativas que merecem ir além. "Quem quer ser um milionário" só se tornou famoso depois de ganhar o Oscar. Eu aposto que ninguém, ou quase ninguém que conheço, tenha assistido ao filme antes do prêmio da Academia. E pra minha surpresa, foi um dos filmes mais espetaculares que já assisti. Um filme escasso de efeitos visuais, sem Bradd, sem Tom e adjacentes, mas simples, dirigido e produzido por alguém muito pouco popular, Danny Boyle. É um tipo de longa que tem a mais fantástica essência do cinema: a história e a forma como nos toca. Já foi tempo onde eu só assistia a filmes cujo ator ou diretor eram conhecidos. Aquele cartaz que não estampava qualquer intimidade familiar, não me interessava. Minha era preconceituosa e tola. Passei assistir a filmes que a indústria norte-americana não produz. E isso me surpreende cada vez que faço a escolha do próximo a assistir. Martin Scorcese e Steven Spielberg merecem ser premiados,tem sim seus valores por serem muito bons no que fazem. Mas os menos populares como Danny Boyle também merecem um lugar ao sol. É o que a Academia sempre fez, e só me dei conta disso depois de muito tempo. Então não perco mais o meu tempo sendo preconceituosa e tola a ponto de querer ver, somente e só, meus atores favoritos nos filmes mais falados. Ganho meu tempo assistindo a histórias bacanas e pouco populares, que me acrescentam e somam dentro de uma era onde só o cinema vorazmente marketeado tem seu lugar ao sol. Pra mim, esses já estão na sombra, descansando. Deixa o que é um pouco anônimo tomar um solzinho, nem que seja de vez em quando.

Natália Arantes