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terça-feira, 20 de março de 2012

Essa Mulher


Mulher gosta de acordar linda, penteada e com um bom rímel. Mulher gosta de beijo de bom dia, de flores inesperadas e abraços apertados. Mulher gosta de roupa, de shopping, de gloss. Mulher gosta de ser mãe, de ser mulher, de ser a melhor amiga. Mulher gosta de salto 15, de calcinha de renda, de chapinha, mesmo que não precise. Mulher carrega duas malas para uma viagem de dois dias. Mulher chora, é sensível, tem TPM e passa 9 meses numa ansiedade que só mulher sabe. Mulher é mãe, é avó, é tia, é prima. Mulher gosta de jóia, mas não dispensa uma liquidação. Gosta de sapato vermelho, de blusa vermelha, de batom vermelho. Gosta de calça jeans e regata, uma havaiana no pé. Gosta de fim de semana na praia, na montanha, no lago, mas não as levem pra acampar, mulher gosta de luxo, de ar condicionado e uma boa cama. Mulher gosta de ser chamada da linda, de princesa, de "mulher da minha vida", de gostosa. Mulher gosta de esmalte, de massagem, de um bom shampoo e condicionador. Gostam de um bom cabeleireiro que possa ser ora psicólogo, ora cabeleireiro. Mulher chora, esperneia, bate o pé. Mas engole sapo,aguenta desaforo e sabe a hora certa de 'atacar'. Mulher gosta de ser a primeira opção, em tudo. Elas são complexas e exageradas. Mulheres gostam de disputar amor como se estivessem numa guerra, e tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é. Mulher é sexo forte e tem um dia do ano só pra elas.
Perdoem esse desvio cultural das mulheres, rapazes...  Eu, se fosse homem, não dispensaria nem um minuto ao lado de uma mulher dessas.

Por Natália Arantes

terça-feira, 13 de março de 2012

Morador de Aeroporto

Era cedo, eu chegava pra mais um dia de labuta no Aeroporto Internacional do Rio. Me deparei com um sujeito estrangeiro, perdido no saguão daquele aeroropoto imenso. Na minha cabeça era só mais um passageiro procurando sua companhia aérea. No dia seguinte, chegando mais uma vez por volta das 5 da manhã, me deparei com o mesmo sujeito, ja deitado naqueles bancos de ferro desconfortáveis que todo aeroporto tem. Em volta, muitas sacolas improvisadas. Parecia mais um morador de rua dentro de um aeroporto. Não, morador de rua não, um morador de aeroporto. Depois de alguns dias, criei coragem e fui conversar com o sujeito. Isso me daria uma boa matéria para o blog da faculdade na época que estudava Jornalismo. Então aproveitei. Com um pequeno gravador, iniciei a conversa com um Olá. Muito recepetivo, começou contar sua história. Um moreno, muito alto, de nome Agustinho, era Angolano. Estava ali porque seu passaporte havia vencido a alguns anos, e esperava a legalização do documento pra seguir viagem. Durante 1 mês, um dos maiores aeroportos do Brasil serviu de casa para uma Angolano desamparado. A prefeitura havia disponibilizado um albergue, mas o sujeito queria estar por perto, então resolveu se "hospedar", de vez, no Galeão. Sem dinheiro, os funcionários do aeroporto ajudavam o homem com laches, sucos e água, diariamente. Eu, alguns dias depois, entrei pro time dos solidários. Agustinho virou amigo dos integrantes daquele lugar. Conversava, oferecia o lanche ganho para cada um de nós, nos ajudava carregando caixas, quando era necessário. Se tornou popular, era engraçado. Isso me remeteu a imagem de Tom Hanks na pele de Viktor Navorsk, que vive dias no aeroporto de Nova Iorque no filme "O Terminal". Diferente do filme, eu não sei o fim da história de Agustinho. O que sei é que ele tinha tinha sentimentos raros que a gente conseguia ver nos olhos: humildade, solidariedade e alegria. Algumas semanas depois já não trabalhava naquele lugar, e até hoje não sei o desfecho da história dele. O que sei é que encontrei nos olhos daquele Angolano um brilho na qual jamais senti antes. Se o destino dele foi um final feliz como a de Viktor no filme "O Terminal", eu não tenho ideia. Mas tenho a certeza de que aquela humildade  fez com que conhecesse, talvez, os melhores amigos que ele não poderia esquecer. Se esquecer, não tem problema. A gente não esquece dele.

Por Natália Arantes

segunda-feira, 12 de março de 2012

“Lembra quando a sua geração sonhava em mudar o mundo? Parabéns, vocês conseguiram”

Assim termina a mais conhecida das inúmeras propagandas da Greenpeace, uma ONG criada na década de 70 por americanos imigrantes, no Canadá, para tratar dos problemas ligados ao meio ambiente. Mais do que nunca a Greenpeace tem lutado contra o aquecimento global. É um tema muito saturado e chato de se ler, eu sei. Mas nunca é demais quando se quer remediar, já que prevenir passou da hora. Sem querer ser sensacionalista, essa não é minha intenção, mas parece que, quanto mais se fala no assunto, mais ele é ignorado. Estimativas revelam que a população mundial pouco tem feito, mesmo depois de tantos programas de conscientização gerados pela própria Organização. E isso tem preocupado muita gente lá de fora. Pesquisadores afirmam que a temperatura pode aumentar  4 graus até o fim do século , problemas de saúde aparecerão mais rapidamente, como a cólera, a desnutrição e até mesmo o câncer.  Foi divulgado no início de 2007 um relatório da ONU sobre o Aquecimento Global, traçando um quadro preocupante sobre o futuro do planeta caso não sejam adotadas as medidas adequadas: geleiras irão derreter, o nível dos oceanos poderá aumentar até 2 metros, e terá um alto índice de mortes por desnutrição. Esse relatório foi tão impactante, que um jornal britânico publicou reportagem sobre um grupo de lobby ligado à administração Bush. A denúncia afirma que o grupo teria pagado  a cientistas e economistas para que minimizassem o impacto do texto. A mídia faz seu papel em parte, mas no meu ponto de vista explora muito pouco o tema. Pra garantir, prefiro passar esse recado adiante: sejam racionais, fiquem atentos e faça sua parte. Se não adiantar, eu sigo contente acreditando que fiz o meu papel. Vivo na certeza de que o presente é um retrato de angústia, e o futuro próximo, uma grande dúvida. Vivemos tempos muitos estranhos.

Por Natália Arantes

sexta-feira, 9 de março de 2012

"Perdido em Movimento"

Não pude deixar essas cenas passarem. Prefiro substituir um texto por este vídeo hoje. Ele dispensa qualquer palavra dita. O título "Perdido em Movimento" é uma falácia, proposital claro. As imagens que você vai ver agora é do bailarino Guillaume Côté, canadense que ainda é músico e compositor. Saltos com gravidade zero. Uma pintura! A melhor arte que já vi.

O Futuro do Livro

Um dos medos mais recentes do mercado editorial é exatamente o que vai acontecer com o futuro do livro, especificamente, com o futuro do livro em papel.
Sem querer parecer visionária nem admiradora, respondo: Não acontecerá nada a curto prazo, nem a longo prazo.
    Pois é desde o século XVI que o livro de papel não teve sua estrutura original modificada. Se sequer não mudou a estrutura, quem dirá em acabar? Mesmo com  a inclusão da tecnologia e com grandes sites de pesquisas e enciclopédias Online , seria praticamente impossível. A história comprova que todas as vezes que uma nova tecnologia surge, ela é sentida como ameaça pelos outros meios já existentes. Foi assim com a pintura quando surgiu a fotografia. Que medo é esse? O avião não matou o navio, ônibus não matou o trem. O elevador suprimiu as escadas? Hoje elas são muitas vezes mais usadas que os próprios elevadores. E por que a cisma de pensar que o livro pode acabar? Pode ser que a questão não esteja no livro, e sim na leitura. Lê-se cada vez menos. Acredito que o assunto-problema do ‘fim do livro’ não esteja tão somente no escudo ‘tecnologia’, talvez o problema esteja na própria sociedade, ou na forma de governá-la.
    As coisas então mais simples hoje, e muito rápidas. As teclas de atalhos dos computadores de estudantes universitários que o digam. Pesquisas não são mais feitas nas salas de bibliotecas, em meio aqueles livros encardidos e cheios de poeira. A internet veio para facilitar, e digo mais, veio para retardar esse processo de aprendizado com a leitura que todos deveriam ter. Este, talvez, um dos motivos da deficiente formação das crianças neste país. Seria uma parte do problema daquelas que têm a possibilidade de acesso a esses tão ricos meios de informação. O que dizer então daqueles que não tem nada, além da vontade de aprender? Felipe Lindoso, em seu artigo sobre o assunto, resume: O BRASIL É UM PAÍS INJUSTO. Repito e assino embaixo. É visível o crescimento econômico do país no século XXI, mas a desigualdade persiste em alto nível. É uma nação que apresenta problemas em relação aos seus pobres e injustiçados brasileiros. E apresentará enquanto isso não for erradicado de uma vez por todas. Se o acesso aos livros didáticos, para aqueles mal atendidos no sistema público de educação, está impossível, o que dizer da tão luxuosa inclusão digital? Por que não ir mais calmamente com tudo isso? Por que não levar o conhecimento para cada gente desse Brasil? Talvez seja essa ganância por querer mostrar ser um país em desenvolvimento, esquecendo o resto que temos nos interiores de estados tão pobres.  Algumas ONGs existem para tomar  conta daquilo que o governo local ‘não mete a mão’. Muitas das 200 mil espalhadas no Brasil são voltadas para educação e inclusão da literatura nas comunidades mais carentes. Mas só isso não basta.
     Acredito que deveriam sim dar atenção a importância que a biblioteca pública tem. A sociedade há muito tempo não tem sido motivada a esse ritmo intelectual. E aqueles que tinham esse interesse foram beneficiados ao conforto que o mundo da internet hoje proporcionou. O real acesso aos livros deveria ser na escola, em primeiro lugar. Eu apoiaria, completamente, a inclusão da literatura e de uma biblioteca, digo ‘boa biblioteca’, em cada escola pública do país, assim se tornaria mais uma biblioteca pública, e melhor, com acesso muito mais facilitado.
    A humanidade chegou ao século XXI  com uma riqueza que nunca se viu. O mundo da tecnologia e da medicina nunca foi tão inovador nem tão cheio de promessas. Ainda assim vivemos as desigualdades sociais todos os dias. Saber o que vai se tornar um montante de papel encapados por um papelão é prever demais. Mas dizer que ele está em extinção é um palpite muito arriscado. Foi temeroso tanto quanto foi para a TV com a chegada do cinema, e nem por isso ela deixou de ser a mídia mais acessada nos dias de hoje. De certa forma, cada inovação foi entrando no seu mercado enfrentando pequenos tropeços como qualquer novo veículo – principalmente de comunicação- e o resultado final foi o espantoso crescimento do mercado cultural e do entretenimento. O que dá pra se saber é que o livro foi, e sempre será o melhor lugar para  guardar, permanentemente, conteúdos que não veremos a 200 anos adiante. Por isso tomo as finais palavras de Felipe Lindoso e acrescento: o futuro do livro no Brasil não será a sua extinção. Será o que sempre foi: livres para aqueles que poderão comprá-los; sombrio e trágico para aqueles que talvez mais precisarem do acesso, e talvez, nunca terão.

Por Natália Arantes

quinta-feira, 8 de março de 2012

Nós, Mulheres Independentes

A   gente deveria ter mais uns três ou quatro dias do ano em nossa homenagem. Já recebi tantos parabéns pelo Dia Internacional da Mulher que fico pensando: nós mulheres merecemos mais, não precisa ser todos dias, mas de vez em quando faria bem. Porque estar na nossa pele não é fácil. Antes, a mulher nascia com um dispositivo indicando que pra ser feliz, só se tiver amor. E se não tiver amor a vida não funciona. Décadas se passaram e algumas mudaram o dispositivo. Ela sabe que, se não for independente, é ai a vida não funciona. Ai essa 'mulher independente', aos olhos de muitas pessoas, deve ser aquela que nunca precise de ninguém, aquela mulher que se vira sozinha, que não chora, que não sente, que não valoriza uma boa companhia. Independência não é sinônimo de solidão, e sim de honestidade: de estar onde quer, fazer o que quer, por que quer, com quem quiser. Ela quer ser independente porque aprendeu com a avó, que naquela época se instalava muito confortavelmente como guardiã de família. Algumas eram frustadas, outras eram realizadas: vai saber? Afinal, que mulher hoje quer reproduzir a vida que a sua avó teve? Mulheres, nós tomamos o espaço que antes só a massa masculina dominava. Mulher é engenheira, é gari, é motorista de taxi, até de ônibus e caminhão. É até presidenta, vejam só.  Conseguimos chegar no status onde tudo podemos, isso está sacramentado. É dificil saber o que pode ser prioridade, e o que pode ficar em segundo plano. Tudo virou prioridade: trabalho, casa, família e filhos. Imaginem um desses quesitos em segundo plano? É mulher, o que você foi arrumar hein. Você acorda, você trabalha, você chega em casa, faz a janta e coloca a criança pra dormir, e ainda arruma um tempo pra dar uma caminhada. Ai lava a roupa, passa a camisa do marido e vai cochilar, pro dia seguinte, continuar. Tem que ser boa filha, boa mãe, boa esposa, boa avó, boa dona-de-casa, boa cozinheira, boa de cama, boa profissional. Olha quanta responsabilidade. Independência, é se virar nisso tudo. Só que essa independência afugentam muitos homens. Em uma frase, Marina Colasante diz: " Se isso for verdade, então ficarão longe de nós os competitivos,  os que sonham com mulheres submissas, os que não são muito seguros de si. Que ótima triagem." Boa sacada. Mas há quem acredite que ser um bibelô dependente tem lá suas vantagens. Eu não vejo nenhuma. Então, um brinde as mulheres independentes pois são alegres, desafiadoras, corajosas e vitais. As que não são, um brinde também. Afinal, ser um bibelô dependente de quaquer coisa deve ser mais difícil. Eu, não tenho dúvida.


Por Natália Arantes

quarta-feira, 7 de março de 2012

Acreditar no Destino não faz mal

E se nada deu certo hoje pare de reclamar e deixa o dia passar. Se perdeu o ônibus de volta pra casa, deixa estar. As coisas acontecem da forma mais certa que pode acontecer, mas você se dá conta depois. Para alguns, só depois. Ai junta os pauzinhos e dá graças a Deus por ter se livrado daquele ex namorado que você amava, mas que só te dava dor de cabeça. Sofrer por amor dói, esquecer dói, mas depois que passa, é um alívio danado. Você esquece em casa o que mais precisava , se atrasa e volta só pra pegar o bendito esquecido. E depois descobre que se seguisse em frente, teria passado pela pior experiência da sua vida. Só depois desses acontecimentos, você começa acreditar no destino. Começa achar vida nele. Acredita que, para cada passo que dá, o destino está te calçando. Você acredita em alma gêmea. Acredita em amor a primeira vista. Acredita que encontrar a mesma pessoa em dois lugares (totalmente diferentes) deixa de ser coincidência e passa ser destino. São poucos os que acreditam, mas os que crêem, tem essa fé inabalável. A melhor parte de tudo é que você passa a se conformar com os acontecimentos imprevisíveis. Já não reclama do ônibus perdido, nem de ter que voltar em casa pra pegar alguma coisa esquecida. Reclamar é chato, enjoa, e só te faz ficar ranzinza. E deixar de ser ranzinza e chato, já é um bom começo. O destino existe, mas só pra quem acredita nele. Se você não acredita em nada dessa ladainha, volte pra sua vida e tudo será mais normal como sempre foi. Mas normal pra você. Eu prefiro acreditar no destino, ser fiel a ele e me tornar uma pessoa mais compreensiva com a vida e com as surpresas que ela me trás. Porque viver reclamando da vida envelhece, entristece e aborrece.  Isso faz mal. Mas acreditar no destino, não faz mal algum, mesmo que ele não exista.

Natália Arantes

terça-feira, 6 de março de 2012

Essa tal Sociedade Hedionda



Estatísticas mostram que a probabilidade do pobre se tornar bandido é maior que outra pessoa qualquer. Mostram também que, aqueles que tiveram menos de 6 anos na escola têm duas vezes mais chances de estarem presos que o restante da população. Esse estudo foi colocado pelo escritor Cristovam Buarque em um artigo em 2007, e termina seu "documento" afirmando o pacifismo do pobre. (Para ler o Artigo Sociedade Hedionda clique aqui).
        É certo que a desigualdade social tem causado cada vez mais a violência, não só mais nas grandes cidades, mas seria generalizar demais dizer que todo pobre vira bandido quando não se tem nenhum propósito de vida. Vemos todos os dias Ongs que ajudam as crianças carentes a crescerem instruídas para um futuro melhor. Claro, isso não é o bastante, mas ajuda a diminuir essa probabilidade de futuro da tal ‘família miserável’.
        O que acontece hoje é o realismo de um povo que tenta a sorte em uma cidade grande,e sem grande sucesso na expectativa de uma vida melhor acabam se instalando em becos, barracos, favelas. Passam uma vida de dificuldade, e surgem dali ‘marginais’ que, em busca muitas vezes por comida dentro de casa, passam a roubar. Ou não. Ás vezes aquele menino que nasceu criado dentro do tráfico  entra no crime porque quer status ou um tênis da nike que o playboy tem. Uma vez assisti a uma reportagem, da emissora não me recordo agora. Era uma matéria sobre a vida na favela. E em entrevista a uma criança de 3 anos, o repórter pergunta:” Qual é o seu sonho?” E o pequeno embrião responde: “Ter uma AK47.” Ei, até meus 18 anos eu não sabia se isso era pra comer ou pra passar no rosto.
        Os pobres brasileiros são pacíficos e vivem esse pacifismo todos os dias. Culpa, talvez, de um método mau criado no passado sem recurso pra cura hoje em dia. E controlar a essa altura do campeonato, acho muito, muito difícil. Meus caros, vamos investir mais na segurança, nos estudos. Vai que o caminho é esse? O retrato de hoje é claro: quanto mais pobre, mais filhos, menos condições de vida. Resultado: crime. O que restou disso tudo é um conformismo absurto e inconsciente. Assistir ao Telejornal uma notícia de pedofilia, estupro ou assassinato já é rotina, não surpreende mais. E se a sociedade financia o crime, de que adiata o governo, ou seja quem for, tentar mudar? Portanto, tomo as palavras de Cristovam Buarque, e digo também "... os pobres são pacíficos, mas a pobreza é uma violência. E mais, é uma fábrica de mais violência."

Natália Arantes

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dããã

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E lendo as asneiras das redes sociais que percebi as reações que me provocam : sinto repulsa, medo e desânimo. São poucos os que  conseguem fugir e não transmitir  seu espírito de porco. Isso sempre existiu, mas com a internet isso tem ganhado uma grandeza inimaginável. Os comentários e pontos de vista que antes ficavam apenas nos grupinhos da escola, agora toma espaço internacional na internet.  Sem dizer na gramática, é de doer as vistas: "Pra mim fazer", "É mais melhor", "Meia cansada". Se fossem poucos... mas essa epidamia dos 'dãããs' é muito mais assustador . Porque não vai passar, e a cada dia surgem mais integrantes: sem noção e deseducadamente expostos. É de perder as esperanças nessa nova geração. Esses que tem um teclado e o mundo nas mãos, e o  anonimato garantido, preferem propagar a ignorância e seus pontos de vista miseráveis . É o crescimento da nova era. É de perder as esperanças num mundo mais elegante.

Natália Arantes


Corajosamente Falando

Tenha coragem. Se não tiver, compre, invente, arrume, pegue emprestado (se pegar não devolva). Só não viva sem ela. Ter medo é pra gente fraca. E fraqueza, meu amigo, não te leva a lugar nenhum.

Natália Arantes

Cinco Minutos

Foi o tempo que eu levei sentada aqui para experimentar e transmitir com papel e caneta o sentido da palavra paz. No meu ponto de vista, paz é estar bem comigo mesma, é estar bem com as pessoas, estar com meu caráter e reputação em dia com a sociedade. Paz, talvez seja também passar um fim de semana em uma casa na montanha, longe da cidade grande e do estresse que o trânsito dela provoca. Estar livre do chefe chato, do vizinho chato, dos colegas traiçoeiros do trabalho, também chatos. Eu fui mais além. E sentada sobre um toco de árvore rodeado de palmeiras, coqueiros e um rio bem silencioso eu compreendi o que seja, talvez, o mais importante significado da palavra. Por cinco minutos me desliguei do mundo. É como se eu tivesse um botão e a luz vermelha tivesse se apagado. Me desprendi de todo e qualquer pensamento, só queria bater um papo com essa natureza que me recepcionou tão bem. Ouvi cada caminhar da água que passava daquele rio próximo tão silencioso. E com uma brisa leve, ouvi cada movimento das folhas daquela palmeira. Ah, os bichos. Esses que a gente só encontra no meio do mato. Confesso que não foi fácil entender a linguagem deles, não estou tão acostumada. Mas o 'papo' rendeu, e concentrada não queria perder o sentido do 'assunto'. Senti o cheiro do mato, o cheiro do rio, o cheiro da brisa leve que passou tão rápido. Mas, pra isso tudo tive apertar o meu botão 'off', me desligar. Em questão de segundos retornei a minha vida real. O grito de uma amiga vindo do chalé me fez perder o ritmo da 'conversa' com os bichos, o aroma da palmeira, o silencioso barulho do rio. Percebei que por cinco minutos entrei em uma estado de hipnose. É como desvendar um mistério da natureza. Esse mistério me mostrou que, para encontrar a paz foi preciso me ausentar um pouco da vida agitada daqui de fora. Deixar o pensamento e a cabeça aberta. É tão fácil,  tão bom. Viajar para montanha, estar bem comigo mesma, e me livrar daquele chefe chato nos traz paz. Mas o maior ( e melhor) sentimento de paz é estar de bem com a natureza e sentir cada sensação que ela pode te mostrar. Tente encontrar isso na montanha, na casa de praia do fim de semana, ou até no parque que você sempre passa quando volta pra casa, mas  não dá a mínima. Se desligue, feche os olhos e experimenta, nem que seja por cinco minutos.

Natália Arantes

domingo, 4 de março de 2012

Ah, o tempo!

E quando menos se espera, o que te era bom pra você hoje já não importa mais. O que te fez perder o sono hoje te faz pensar que foi passageiro. E se soubesse que seria, não teria se importado tanto quanto fez. O gosto muda, a vontade muda e a prioridade vem juntamente com a maturidade que as experiências causam. A foto daquele porta retrato já foi substituida inúmeras vezes, porque passou. O verão passa, o melhor carnaval da sua vida passa. Mas o melhor ainda está por vir, e você não se dá conta disso, ainda. Até que o tempo caminha e mostra que tudo que é bom dura o tempo suficiente. Coisas boas, coisas ruins passam. Deixa passar. O tempo é o condutor dos sentimentos, da sabedoria e da capacidade de seguir em frente. Ah, o tempo!

Natália Arantes

quinta-feira, 1 de março de 2012

E viva o Rio de Janeiro!

Hoje é aniversário da cidade do Rio de Janeiro, isso já é um bom motivo pra fazer um texto. Primeiro, porque a cidade merece por sua exuberância, muito pouca, diga-se de passagem. Segundo porque é conhecida mundialmente como a "Cidade Maravilhosa", e sendo maravilhosa assim, temos que comemorar, né? Não. Em partes, quem vive na cidade e adjacências vai entender do que eu to falando. Talvez devemos comemorar a violência que assola o dia e a noite das pessoas, comemorar a hegemonia do tráfico, inclusive no asfalto. Vamos assoprar a velinha também aos responsáveis por tanta desordem do trânsito e do transporte público de péssima qualidade. Quando 'marketeamos' a cidade do Rio de Janeiro, mostramos a exuberância, os pontos turísticos, que são bons, não há quem negue. É uma maquiagem pura e simplesmente para um bom lucro do setor de turismo, que também não estão errados. A gente tem que valorizar o Brasil, né não? Valorizar pra quem quer passar umas férias, um final de semana. Caros turistas, é melhor ficarem na parte da maquiagem, porque a valorização da cidade é só pra vocês. Olhem que lisonjeante. O cidadão que mora aqui não merece tamanha valorização, imaginem. Ele ja sabe que tem que acordar de madrugada, pegar um ônibus lotado e viajar por mais de 2 horas até chegar ao trabalho. E se quer ir mais rápido, vai de metrô, mas já ta acostumado com a super lotação. O cidadão que mora na zona norte não precisa de tanta valorização, ele sabe que o papel e a lata podem ser jogadas ali na rua mesmo, todo mundo faz isso. E o lixo ali continua, a maquiagem só vale para aquela parte que os turistas mais frequentam. O papel e a lata no chão, varre depois. Da desordem, a gente já tá acostumado. Mas turistas, vocês não. Aqui tem que ser como é na fotografia: lindo, limpo e perfeito. Mas só na maquiagem. Entra ano, passa ano, e vamos continuar comemorando a hegemonia, a segurança, o transporte público, o papel e a lata jogadas na rua. Ah, também vamos comemorar a beleza da cidade na fotografia, na pintura. Talvez ano que vem entre ai mais uma ou duas categorias pra comemoração. Então, parabéns Rio de Janeiro, por cada vez mais encher o orgulho de quem vê de fora, e deixar cada vez mais enjoados quem vive dentro dessa realidade grotesca  e mal cuidada por quem deveria cuidar de você.

Natália Arantes

Um lugar ao sol

Foi assistindo ao espetáculo do Oscar nesse último fim de semana, do início ao fim, que resolvi escrever esse texto. Assistia a outras edições talvez porque torcia para aquele filme hollywoodiano da moda, ou pra ver as beldades no tapete vermelho: ora pra ver Penélope Cruz, Emma Stone ou Sandra Bullock naquele verdadeiro  desfile de luxo, ora para ver Bradd, Tom e os demais trajados em smoking da mais fina costura, mas só. Aliás, eles sempre estão os mesmos, são homens. Se vestem iguais, só chamam atenção pelo espetáculo e beleza por si só. Mas o espetáculo que me chamou atenção foi além disso. Não que não tenha notado em outras edições, ou que não me tenha dado conta disso antes. A questão que me levou a escrever esse texto é mais simples, tão simples quanto aos filmes ganhadores desse ano, e dos outros também, que passou desapercebido por mim, e ainda passa por muita gente. Os filmes que nos chamam atenção pelo marketing, pelo espetáculo ou pela fama merecem ser reconhecidos. Não foi a toa que Transformers e Harry Potter ganharam a estatueta na categoria de melhores efeitos visuais. Mas é só. Os filmes são ótimos, a história é bacana sim, mas existem filmes tão mais simples e com histórias tão mais puras e significativas que merecem ir além. "Quem quer ser um milionário" só se tornou famoso depois de ganhar o Oscar. Eu aposto que ninguém, ou quase ninguém que conheço, tenha assistido ao filme antes do prêmio da Academia. E pra minha surpresa, foi um dos filmes mais espetaculares que já assisti. Um filme escasso de efeitos visuais, sem Bradd, sem Tom e adjacentes, mas simples, dirigido e produzido por alguém muito pouco popular, Danny Boyle. É um tipo de longa que tem a mais fantástica essência do cinema: a história e a forma como nos toca. Já foi tempo onde eu só assistia a filmes cujo ator ou diretor eram conhecidos. Aquele cartaz que não estampava qualquer intimidade familiar, não me interessava. Minha era preconceituosa e tola. Passei assistir a filmes que a indústria norte-americana não produz. E isso me surpreende cada vez que faço a escolha do próximo a assistir. Martin Scorcese e Steven Spielberg merecem ser premiados,tem sim seus valores por serem muito bons no que fazem. Mas os menos populares como Danny Boyle também merecem um lugar ao sol. É o que a Academia sempre fez, e só me dei conta disso depois de muito tempo. Então não perco mais o meu tempo sendo preconceituosa e tola a ponto de querer ver, somente e só, meus atores favoritos nos filmes mais falados. Ganho meu tempo assistindo a histórias bacanas e pouco populares, que me acrescentam e somam dentro de uma era onde só o cinema vorazmente marketeado tem seu lugar ao sol. Pra mim, esses já estão na sombra, descansando. Deixa o que é um pouco anônimo tomar um solzinho, nem que seja de vez em quando.

Natália Arantes

Desistir de tentar, não!



Tentar é tão bom. Trabalha o ego, a auto estima, a cabeça. E quando se consegue algo que tentou é melhor ainda: revitaliza, transforma. Tentar uma vez, duas...não é tão bom quando se realiza depois de pelos menos quatro tentativas. Ah, isso sim te revigora. Você prova pra si mesmo que é capaz de absolutamente tudo quando não se tem medo de tentar. Pode ser ridículo para aquelas pessoas que carregam pra cima e pra baixo o ditado 'dar murro em ponta de faca'... Eu dou muito murro, até sangrar. Mas deixar de tentar, não. Viver com medo é que é ridículo.

Natália Arantes