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quinta-feira, 1 de março de 2012

Um lugar ao sol

Foi assistindo ao espetáculo do Oscar nesse último fim de semana, do início ao fim, que resolvi escrever esse texto. Assistia a outras edições talvez porque torcia para aquele filme hollywoodiano da moda, ou pra ver as beldades no tapete vermelho: ora pra ver Penélope Cruz, Emma Stone ou Sandra Bullock naquele verdadeiro  desfile de luxo, ora para ver Bradd, Tom e os demais trajados em smoking da mais fina costura, mas só. Aliás, eles sempre estão os mesmos, são homens. Se vestem iguais, só chamam atenção pelo espetáculo e beleza por si só. Mas o espetáculo que me chamou atenção foi além disso. Não que não tenha notado em outras edições, ou que não me tenha dado conta disso antes. A questão que me levou a escrever esse texto é mais simples, tão simples quanto aos filmes ganhadores desse ano, e dos outros também, que passou desapercebido por mim, e ainda passa por muita gente. Os filmes que nos chamam atenção pelo marketing, pelo espetáculo ou pela fama merecem ser reconhecidos. Não foi a toa que Transformers e Harry Potter ganharam a estatueta na categoria de melhores efeitos visuais. Mas é só. Os filmes são ótimos, a história é bacana sim, mas existem filmes tão mais simples e com histórias tão mais puras e significativas que merecem ir além. "Quem quer ser um milionário" só se tornou famoso depois de ganhar o Oscar. Eu aposto que ninguém, ou quase ninguém que conheço, tenha assistido ao filme antes do prêmio da Academia. E pra minha surpresa, foi um dos filmes mais espetaculares que já assisti. Um filme escasso de efeitos visuais, sem Bradd, sem Tom e adjacentes, mas simples, dirigido e produzido por alguém muito pouco popular, Danny Boyle. É um tipo de longa que tem a mais fantástica essência do cinema: a história e a forma como nos toca. Já foi tempo onde eu só assistia a filmes cujo ator ou diretor eram conhecidos. Aquele cartaz que não estampava qualquer intimidade familiar, não me interessava. Minha era preconceituosa e tola. Passei assistir a filmes que a indústria norte-americana não produz. E isso me surpreende cada vez que faço a escolha do próximo a assistir. Martin Scorcese e Steven Spielberg merecem ser premiados,tem sim seus valores por serem muito bons no que fazem. Mas os menos populares como Danny Boyle também merecem um lugar ao sol. É o que a Academia sempre fez, e só me dei conta disso depois de muito tempo. Então não perco mais o meu tempo sendo preconceituosa e tola a ponto de querer ver, somente e só, meus atores favoritos nos filmes mais falados. Ganho meu tempo assistindo a histórias bacanas e pouco populares, que me acrescentam e somam dentro de uma era onde só o cinema vorazmente marketeado tem seu lugar ao sol. Pra mim, esses já estão na sombra, descansando. Deixa o que é um pouco anônimo tomar um solzinho, nem que seja de vez em quando.

Natália Arantes

2 comentários:

  1. Bem cara Natália antes de tudo Danny Boyle não é um mero desconhecido em hollywood. O problema é que Danny Boyle alterna trabalhos com grandes estúdios e projetos independentes. Vale a pena lembrar que Danny Boyle foi quem descobriu Ewan McGregor e o colocou em seu filme polêmico Trainspotting muito elogiado.
    Sem contar que Danny Boyle dirigiu o clássico Cova Rasa e os populares A Praia e Extermínio. Ele tem seu lugar ao Sol algum tempo, apenas consolidou seu lugar com o oscar com o quem quer ser um milionário.
    No ano posterior de ter vencido o oscar ele lançou o excelente filme 127 Horas.
    O lugar ao Sol dele é existente, quando ele trabalha com filmes de baixo orçamento é por opção dele, ele gosta de alternar, pois ele jpa fez filmes com grandes orçamentos e grande divulgação como o Sunshine que não era tão bom assim.
    Danny Boyle é um bom diretor que não é marginalizado por Hollyhood, o problema da industria cinematográfica americana se dá pelo mesmo motivo que toda e qualquer industria tem a concentração dos investimentos sempre nas mesmas cartas.

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  2. Rafa, querido amigo. Entendo a sua posição. Para um bom entendedor de cinema, isso tudo faz sentido. Mas aqui deixei claro que, anonimato para os leigos é um pouco menos além de tudo que você disse. Comparando a ficha tecnica dos nosso famosos diretores, com de Danny, me desculpe. Não estou falando mal, afinal ele dirigiu um dos filmes mais legais que assiti, A Praia com Leo di Caprio. Quis fazer um texto no ponto de vista leigo, daquela pessoa que assiste ao oscar por assistir, etc e tal. Pra entrar mais afundo, como vc entrou, eu teria que entender pelo menos 20% da sua capacidade de entendimento com cinema, afinal é sua praia. Mas obrigada, espero que tenha entendido o sentido das palavras. Um beijo

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